quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Este laptop da Razer quer (e pode) substituir um desktop para jogos

Jogar no PC para mim sempre foi uma ideia problemática. Como jornalista, eu preciso ter um laptop, e, quanto mais portátil, melhor. Leveza e espessura são fatores importantes na hora de escolher um notebook. Só que isso vem a um custo: esses aspectos geralmente vêm ao custo de poder gráfico e de processamento, o que dificulta a execução de jogos.

A solução seria ter um laptop e um desktop para suprir as duas necessidades, o que está longe de ser o ideal. Foi por isso que o novo ultrabook Razer Blade Stealth apresentado pela Razer na CES 2016 chamou a minha atenção. Ele não quer ser só um laptop, com a perda de desempenho que este formato geralmente acarreta, nem um desktop, com a perda da mobilidade. Ele quer ser os dois.

Como ele faz isso? Boa parte disso se deve à nova porta USB 3.1 tipo C, que permite algo bastante incomum no universo dos laptops: a integração com uma GPU externa, possibilitando alto desempenho gráfico sem perder portabilidade. Quer jogar? Basta plugar o case para a placa de vídeo. Precisa levar o laptop para o trabalho? É só desconectá-lo e colocar na mochila.

O ultrabook é feito para ser leve e portátil, pesando 1,25 kg e com uma espessura de 1,3 centímetro. Nesse quesito, há outros produtos que conseguem ser menos pesados e que ocupam menos espaço, mas ainda assim é algo que ainda está na faixa de laptops ultraportáteis.

O laptop em si, independentemente de qualquer apêndice, é poderoso o bastante para tarefas comuns, embora não tenha o nível de um PC voltado para jogos. A sua versão mais básica vem com uma tela de 12,5 polegadas com resolução 2K (2560x1440), um processador Intel Core i7 de 6ª geração e uma placa gráfica Intel HD Graphics 520 e 8 GB de RAM e 128 GB de armazenamento em SSD. Para ser adequado a jogos, falta só a placa de vídeo dedicada.

É aí que entra o acessório Razer Core. Com a entrada USB tipo C Thunderbolt 3, o aparelho se conecta ao laptop. O dispositivo permite que você instale praticamente qualquer GPU que você preferir, seja ela Nvidia, seja AMD, e a faça funcionar com o game que você quer jogar no notebook, dando aquela impulsionada na taxa de quadros, na definição da imagem e na qualidade dos efeitos visuais que tanto agradam o público PC gamer. A caixa também adiciona portas USB, uma porta Ethernet e permite a transmissão da imagem da tela do laptop para outro monitor.

O Core possui uma “gaveta” que permite que o usuário troque sua placa de vídeo quando e como preferir. A proposta soluciona um problema dos notebooks voltados para jogos que normalmente acabam envelhecendo muito rapidamente. A GPU vai acumulando uso e os games começam a ficar mais exigentes, o que força o usuário a trocar todo o laptop de uma vez, quando apenas a troca da placa gráfica poderia dar conta do recado. Além disso, o Razer Core também simplifica bastante o processo de troca de placas para os leigos: basta dar uma rosqueada, conectar dois cabos, encaixar a placa no lugar certo e pronto.

O laptop em si não é muito caro para o padrão dos Estados Unidos. A versão mais simples sai por US$ 1 mil, valor similar a produtos da mesma categoria, mas é possível adquiri-lo por até US$ 1,6 mil, se o usuário quiser uma tela 4K e armazenamento de 512 GB em SSD.

O problema é que o preço não inclui o Razer Core, e a empresa ainda não dá uma estimativa do preço. Então, se o conjunto da obra será capaz de tornar o produto atraente em relação a custo-benefício ainda é um mistério. E é claro, a ideia não deve agradar a todos, mas ela certamente atende pelo menos ao público específico que precisa ter um laptop leve e portátil no cotidiano mas não abre mão de jogar no PC.

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